Introdução
Argamassas poliméricas têm muito boas características para impermeabilização: aderência, flexibilidade, resistência à infiltração, permeabilidade ao vapor (quando bem formuladas).
Mas quando usadas de forma incorreta originam patologias que podem comprometer obras inteiras.
Neste artigo: causas, manifestações, prevenção e exemplos de produtos.
1. 1. O que são argamassas poliméricas e para que servem
São misturas cimentícias pré-doseadas, enriquecidas com polímeros que melhoram:
• A aderência ao suporte
• A flexibilidade (acompanham movimentos e vibrações)
• A impermeabilidade à água líquida
• E a permeabilidade ao vapor de água (em alguns casos).
Existem dois tipos principais:
• Rígidas, indicadas para suportes estáveis e sem movimentações.
• Flexíveis, indicadas para superfícies sujeitas a dilatações térmicas, vibrações.
| Patologia | Causa Provável | Consequências |
| Fissuras e microfissuras | Uso de argamassa rígida em zonas com movimento; espessura excessiva; retração por cura rápida | Entrada de água; bolhas; degradação precoce |
| Descolamentos / destacamentos | Substrato mal preparado, sujo ou seco; aplicação sobre tintas não removidas; cura inadequada | Membrana solta; infiltrações; necessidade de refazer |
| Perda de impermeabilidade | Camada muito fina; aplicação irregular; falta de selagem em cantos e juntas | Infiltrações; humidades; mofos |
| Eflorescências | Humidade ascendente; sais solúveis nos materiais; ausência de barreira adequada | Manchas brancas; degradação estética |
| Maus desempenhos entre camadas | Intervalos de cura não respeitados; suportes demasiado secos ou húmidos | Descolamento; fissuração e falhas na aderência |
3. Boas práticas para evitar patologias
a) Prepare bem o suporte: limpar completamente o pó, gorduras e partes soltas.Aplicar depois um primário para regular a absorção e melhorar a aderência.
b) Escolher a argamassa correta para cada situação: usar argamassas rígidas em zonas sem movimentos (paredes interiores, caves estáveis) e optar por argamassas flexíveis em varandas, terraços, coberturas ou superfícies expostas ao sol.
c) Aplicar de forma correta: respeitar a espessura indicada na ficha técnica.
Aplicar em duas ou mais demãos cruzadas, deixando secar bem entre elas.
Reforçar zonas críticas (cantos, ralos, juntas) com fita ou malha de fibra.
d) Proteger e curar corretamente:
Evitar o sol direto, chuva ou vento forte durante a cura.
Não acelerar a secagem artificialmente (ventoinhas, aquecedores).
Não pisar e proteger contra cargas até cura total.
3. Prepare corretamente a superfície
Limpe bem as paredes, removendo sujidade, pó, musgo ou eflorescências.
Se necessário lave com água pressurizada e produtos desinfetantes, e deixe secar bem.
Verifique a necessidade de lixar para uniformização da superfície.
Com temperaturas altas, a preparação é ainda mais importante, pois as falhas podem agravar-se com dilatação térmica e degradação mais rápida.
4. Estudos e exemplos reais
Estudos laboratoriais demonstram que o mau preparo do suporte é a causa n.º 1 de falhas prematuras em sistemas impermeabilizantes. Em várias obras, o uso de argamassas rígidas em varandas expostas ao sol originou fissuras ao fim de poucos meses, exigindo remoção total e reaplicação com sistema flexível.
Obras com aplicação correta, e com a utilização de primário + argamassa polimérica flexível e reforços, permanecem estanques durante muitos anos.
5. Conclusão
As argamassas poliméricas são excelentes para impermeabilização, mas o seu sucesso depende da escolha e aplicação corretas.
Patologias como fissuras, descolamentos e infiltrações surgem quase sempre por:
• uso de argamassa inadequada ao tipo de suporte
• falta de preparação do suporte
• má aplicação ou cura insuficiente
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Leia atentamente as instruções de cada fabricante.